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O Livro dos Dias Solitários

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Frase

em agosto 04, 2018

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Tem dias que Cazuza me atinge tão profundamente que minhas pernas bambeiam, que meus disfarces caem, que meu peito se abre e dele jorram cores

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Sombras Minhas

Eu tenho medo Medo até demais De tudo Dessa solidão Do meu trabalho Das minhas escolhas Do que sinto pelas pessoas De precisar abandonar o que já construí De ver a vida ruir Desaparecer tudo o que já fiz Tenho tantos medos que não sei lidar E eu não paro por nenhum deles Poderia ser admirável, mas não é É apenas medo de parar

Possibilidades infindáveis

Tem essas coisas que acontecem e te mexem e te atropelam e te desmontam e te remontam e não se sabe dizer como foi possível aquilo acontecer. Não sei definir o que eu sinto. Nenhum livro descreve precisamente o que transborda em mim. A mera intenção não chega aos pés do que retumba aqui dentro. Foi nos acasos da vida que nos encontramos e daquele encontro minhas cores ficaram vivas. Meu sorriso ficou largo, meus olhos brilharam e minha respiração era profunda. Surgiu a certeza de acreditar na vida. Se um dia haviam dúvidas, elas se dissiparam naquele instante. Tudo era possível. As árvores cantavam. Os prédios dançavam. As pessoas só sabiam dizer delicadezas. Um peixe brincava diante dos meus olhos. Eu estava apaixonado e tudo era possível.

Cidade de Passagem

No fundo de um quarto No fundo de um terreno No fim de uma rua Vejo o asfalto dessa cidade Sinto tantas vidas passando Penso em passados Penso em vidas Penso em vias Olho pra tudo que é lado E não vejo saída Uma cidade de passagem Faz passar tantos nós Estradas que levam a tantos lugares E nada jamais volta Tudo passa Tudo é passado Tudo é vivido Tudo é misturado na cabeça do individuo Que não sabe onde tá Nem pra onde vai Fica no fundo de si Sem saber onde ir Uma trilha Uma viagem Uma chance Um tiro no escuro É isso que quero Mas nada procuro Só espero um meio De seguir De sair De ser algo mais De ficar em paz

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