O Livro dos Dias Solitários

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Retumbante

em março 17, 2019

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Você sabe que está ferrado quando é carnaval e a batida mais alta vem de dentro do peito.

amor sentir

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Cidade de Passagem

No fundo de um quarto No fundo de um terreno No fim de uma rua Vejo o asfalto dessa cidade Sinto tantas vidas passando Penso em passados Penso em vidas Penso em vias Olho pra tudo que é lado E não vejo saída Uma cidade de passagem Faz passar tantos nós Estradas que levam a tantos lugares E nada jamais volta Tudo passa Tudo é passado Tudo é vivido Tudo é misturado na cabeça do individuo Que não sabe onde tá Nem pra onde vai Fica no fundo de si Sem saber onde ir Uma trilha Uma viagem Uma chance Um tiro no escuro É isso que quero Mas nada procuro Só espero um meio De seguir De sair De ser algo mais De ficar em paz

Sombras Minhas

Eu tenho medo Medo até demais De tudo Dessa solidão Do meu trabalho Das minhas escolhas Do que sinto pelas pessoas De precisar abandonar o que já construí De ver a vida ruir Desaparecer tudo o que já fiz Tenho tantos medos que não sei lidar E eu não paro por nenhum deles Poderia ser admirável, mas não é É apenas medo de parar

Sobre essa mulher

Ela é tipo assim Uma força da natureza Abala, destrói, modifica Transforma Ela é terrivelmente encantadora Ela faz isso, transpassa Segue, atravessa a tudo e a todos Com a força do ser que é, ela causa Suspiros profundos Ela é tipo um respiro de vida Ela tem esse jeito De tão intensa, retira o ar das pessoas E o olhar? Ah, esse olhar Que derrete o sol E deixa a vida transbordar Ela tem dessas coisas Que não se pode definir Só sentir, na pele, nos nervos E lá dentro No território intangível das almas Ela tem essas ideias E não adianta, ela quer revolução Pro mundo Não teme as lutas que enfrentará A paz não faz parte dela Ela é muito mais do isso Não se pode defini-la Se ela tem limites, não sei Barreiras sei que não tem Tem é caminhos por seguir

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