Borrões e bagunça

Eu tô bem. Sério. Seríssimo. Sérião. Faço minhas coisas. Trabalho. Escrevo. Danço. Converso com pessoas. Tô vivendo. Não é nada espetacular que poderia se olhar e dizer, nossa que vida bem vivida. Mas os dias estão passando. Hoje foi estranho. Eu não sabia que ia te ver. Quer dizer, eu até imaginava. Só não pensava na possibilidade concreta de te ver. Quando aconteceu, só não sabia como reagir. Tela azul. Cabeça que gira. A máquina interna travou. Olho pra tudo que é lado tentando não fixar meus olhos em você. E olha que eu estava sem óculos. Só via o borrão que no conjunto da obra posso identificar como você. Na verdade, eu demorei pra te reconhecer pois não queria enfrentar o fato de te ver ali. Mas eu reconheci outros 3 borrões que eram suas amigas e como uma matemática básica da vida, o resultado do quarto borrão era você. Mesmo sem óculos, eu te vi. Mesmo sem óculos eu tinha medo de te ver. Mesmo sendo borrão. Então você veio, um abraço rápido e passou pra outro cumprimento em outra pessoa e seguiu. Tão rápido quanto veio, se foi. Não pra sempre, nem pra longe, só seguiu. Na real, você ficou perto, mas distante o suficiente. Rápido e rasteiro. Você passou. Eu também segui. Te confesso (como se tu fosse ler essas palavras...) que pensei que seria mais tranquilo. Não foi não. Em casa eu não conseguia me organizar. Sabe quando tu tá limpando a casa e tudo tá fora do lugar? Pois era isso. Ali tava tudo fora do lugar. Na casa também. E olha que eu nem tinha conseguido limpar nada. Isso na casa, porque banho eu sempre fui de tomar. Em mim, só caos, só bagunça. Pensei que seria mais tranquilo. Como eu gosto de me enganar né?! Mas tudo bem. O importante é que mesmo com isso. Eu tô bem. Um pouco mais bagunçado que antes, mas as coisas estão indo para o seu devido lugar. Uma hora eu organizo. A casa e eu. Ou ache outro motivo pra viver bagunçado. Mas o bom mesmo é que tô bem e os dias passam e tudo é passageiro. Nem todos, mas vou deixar a piada no ar... 

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