Injusto.
Esses dias estava pensando sobre
essa injustiça que toma nossas vidas. Ela parece se entranhar nos meus olhos, sempre
que olho para o mundo. O mundo que consigo observar é seco, terrível e está na minha frente. O medo me invade a vista.
Venho pensando sobre isso. Sobre injustiças, medos, mundos. Não
tenho conclusões. Só tenho pensamentos inacabados. Me parece que a injustiça
está intimamente ligado com o que não podemos controlar. Quanto mais controle
temos da situação, menos injusto é o que acontece. Espera, não me julga ainda.
Isso não é uma ideologia. São pensamentos inacabados. Olha bem, quando estamos
por dentro da situação, quando entendemos o que está acontecendo ou por que
está acontecendo, quando sabemos das forças que estão agindo naquela situação
temos uma certa consciência sobre o que nos atinge. Por mais que não possamos
fazer nada para mudar, temos consciência do perigo ou da dor ou das opções que
estão envolvidas. Sempre achei que a consciência faz diferença. Essa
consciência me parece dar uma pouco de controle ou algo do gênero. É como se não
pudéssemos evitar o tapa, mas podemos escolher o lado da rosto que o levará. Não
sei se é isso... É mais para... É como se... Essa injustiça... O rosto dói...
Ah! Não consigo escrever. Não consigo me organizar em frases, em palavras. Estou
desfeito em pensamentos. Estou inacabado. Pensamentos não conseguem me salvar e
nem fazem uma certa coerência brotar em mim. Os fatos me cortam. A consciência
me corta. Os pensamentos me cortam. Cada palavra me corta.
Não consigo escrever. Me abstenho
sangrando.
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