Estações de você



Penso nas estações que passamos juntos
Te conheci no inverno frio e chuvoso
Mal sabia que era o princípio da primavera
Era o alvorecer do meu peito
Brotaram flores em todo canto
Enfeitou-se o jardim d’alma
Rosas vermelhas, roxas, azuis,
Cores escorrendo da imaginação
Misturadas em cada flor
Tão Intangíveis quanto reais

As horas transcorriam e o tempo mudava
O verão se instalou em mim
Conectou-se na minha fonte
E a lâmpada solar irradiou felicidade
E tudo isso por duas simples aceitações
As nossas
Dizíamos sim ao corpo do outro
De nossas almas se fez essa trama
Rede macia que nos completava
Nos tornamos pulsação

E o vento nunca parou de soprar
E a rede começou a desfiar
As cores iniciaram uma marcha
A lenta caminhada para a ausência de luz
Cansadas, as vontades aquietaram-se
Iniciou então o reino dos longos silêncios
Infindáveis conversas frias e outonais
Perguntas desinteressantes
Entre nós, léguas de distâncias
O frio conquistava seu lugar

Tempo. Silêncio. Distância. Saudade
Me mantive vivo aos tropeços
Aquecia-me em sorrisos efêmeros
Já não sentia nada
Nenhum toque me alcançava
Minha pele era gelo
Uma réstia de esperança perdurou no meu corpo
Enfrentei o inverno que existe em mim
Aguardo quieto o nascer de uma nova estação
Uma que não tenha o teu nome

Comentários

  1. Eu espero que um dia o sol possa mesmo se instalar dentro de nós. Quem sabe, não é ?
    Lindo texto!

    Beijão!
    http://caos-s01.blogspot.com.br

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    1. Obrigado. O sol sempre nasce e a vida segue seu curso, hehe.

      Bjus e obrigado pela visita :D

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