Depois do horizonte

Da janela do carro vejo o sol se pôr
O horizonte é uma linha que corta a paisagem.
Ele torna tudo infinito.
Um pensamento me atinge.
O mundo não acaba. Ele vira horizonte.
E vou mais além.
Horizonte não é fim do ser.
Horizonte é fim do que se vê.
É limite da visão.
Ainda existe além, mas vira horizonte.
Assim como a vida.
Ela não acaba, vira horizonte.
Existe além, mas não vemos.
Horizonte é ponte entre o real e o imaginado.
No limite do que se vê, está o início do que se imagina.
O horizonte é princípio de sonho.
Princípio do desejo.
Não é o que se tem, mas o que está fora do alcance.
É o que os dedos não tocam.
É visão além do alcance.
É o confiar no que se imagina.
É o confiar no que se acredita.
É acreditar que existe mais.
É crer e seguir a diante.
Horizonte também é futuro.
Intocável, inalcançável, mas não é fim.
Quando chego no que antes era horizonte,
tenho novas fronteiras.
Assim como o futuro.
Quando chego nele, existe mais futuro.
O horizonte é espaço para mais.
É espaço de imaginação, de crenças, de futuro.
É espaço mutável a partir do caminhar.
É a magia do movimento.
Horizonte está no limite da humanidade.
O horizonte é limite.
Por ser limite, ele carrega uma certeza.
Uma única e inefável certeza.
A certeza de que existe mais do que se vê. 

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