Notas para um amigo distante

Como as coisas me parecem relativas
Por exemplo a distância
Vejo você quase sempre e sempre pareço não te ver
Tenho medo das paredes invisíveis que construímos
Medo de que meus desabafos não te alcancem
Medo de que teus incômodos silenciosos me passem despercebidos
Medo de você se esconder atrás de um sorriso bem na minha frente
Aquelas longas conversas sobre a vida
São agora trocas de gentilezas
Onde estão tuas paixões incontroláveis?
Onde está tua crença no amor e na verdade?
Onde você colocou o fogo que havia em seu peito?
O fogo que elevava os teus sonhos ao céu...

Eu não sinto você

Não me entenda mal
Não quero de volta o que passou
Não quero ser saudosista
Não quero me prender naquilo que fomos
Quero reviver aquilo que somos
Quero nos reencontrar
Olho no olho
Cara a cara
Entre abraços e vinhos
Vamos! Mexa-se homem! Venha dançar comigo!

Bailar nas estradas da vida
Destruir o cotidiano e trivialidades
Vamos dominar o mundo
Seremos senhores de nós
Senhores do tempo
Senhores de tudo
Desperta para o agora
Não somos mais o que éramos

Relembre o que há em nós
Dois irmãos por escolhas
Duas partes de algo maior
Sem distâncias, sem relativismos
Sem muros, sem saudades
Sem nos agarrar ao que não nos pertence
Venha caminhar e sorrir
Como antes, mas em outras paragens

Comentários

  1. Que nunca sejamos nós. "Aquelas longas conversas sobre a vida
    São agora trocas de gentilezas"

    ResponderExcluir

Postar um comentário