Passarinho

Na soleira lá de casa,
Percebo a vida mais de perto
Vejo passarinho bater asa
E voar para campo aberto

Avoar na alvorada do sonho
Alcançar o céu repleto de brilho
Escuto um apito, é choro tristonho
De quem é trem e permanece no trilho

Corro,
Pelos campos do destino
Penso então em passarinho
Que não cansa de voar
Corro,
O peito em desatino
Eu me entrego ao caminho
Que insisto em trilhar.

Devagar e constante, eu sigo
Desbravar o descampado da vida
Esse sonho que ainda persigo
De um alguém sem passagem de ida

Passarinho é feito nuvem
Trem é só ferro e apito
De um vem melodia que vai além
De outro, apenas um solitário grito

Ambos se confundem nessa estrada
Ir, voltar, permanecer, são caminhos da liberdade
Daquele encontro não restou quase nada
Mas o coração ainda sabe que foi verdade

Comentários