Lonjuras

Meu coração é feito de amores
Meus amores são forjados em lonjuras
De distâncias intermináveis que por vezes se atenuam
Que por vezes são desfeitas como brincadeira
Mas que por ser, em sua essência, compostos de longitudes perenes
Acabam seguir o caminho do horizonte
E lá se instalam.
Cada um no seu quinhão de distância.
Constroem casa, repouso, um pouso pra tantos voos
Tão lindo, tão pleno, tão remoto,
Tão longe, quase intocável...

Tem vez que me pergunto se eu amo de verdade
Ou se amo o desenho borrado que crio desses amores?
Será que amo miragens no deserto?
Estrelas no infinito do céu?
Fantasia de um sonho inconstante?
É isso que chamo de amor?

Pode até ser, mas como são bonitas essas lonjuras
Esses campos no caminho
Esses mares entre nós
Tanta estrada para se percorrer
E no fim dos passos, um tesouro incalculável
Um sorriso sincero, um olhar saudoso
Um querer perto que nenhuma lonjura desfaz

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