Hoje penso, repenso, reflito, me vejo aflito nesse ciclo
contínuo de pensamentos inquietos, que não param de desenhar imagens constantes
de pessoas distantes, que parecem nunca se aproximar e que nunca se distanciam
do meu peito e por mais que eu insista em levar as minhas imagens mentais para
os mais diferentes lugares, pareço respirar os mesmo ares que me trouxeram
aqueles amores e tudo volta, todas essas fotografias imaginárias que preenchem
meu imaginário com lembranças passadas, com lembranças vividas, tão vívidas que
não são passado, pois repassam por mim e revivem sentimentos quase apagados,
que quase pareciam ter adormecido e que voltam mais despertos, inflamados,
incendiados e se tornam a própria fênix lendária, incendiária de vida à dar
vida as imagens do meu peito, que na chama crepitam e na fumaça se tornam
intensas e no brilho dos meus olhos podem ser vistas, claras e nítidas, não só
uma mas todas ao mesmo tempo por que o brilho é intenso, denso e me leva para aquela
tarde na grama com a primavera brotando ao nosso redor, para um dia de chuva no
seu quarto, uma madrugada sem despertador, uma noite quieta na minha antiga
casa onde só ouvíamos a respiração um do outro e só o que importava era o que
sentíamos naquele instante, por fim mas não menos importante me leva para nosso último dia juntos,
sentados num banco frio, mas entre abraços quentes, conversas casuais sobre a
vida, sobre o mundo, sobre tudo o que vinha a mente, menos o que eu mais queria
falar, o que eu mais queria tirar de mim em palavras e beijos e jeitos e não
havia jeito, não havia forma melhor do que o silêncio e todo o sentimento
transmitido entre nossos olhares, pois esse seu olho que tanto me fascina ainda
está incrustado na minha mente e dessa forma torno a vê-la, torno a ver o campo de
girassóis do teu olho florindo para mundo e por isso me sinto bem, me acalmo e
percebo no meio de todo esse fulgor que talvez eu esteja amando um passado que
revisito, que ainda sinto, mas que não deixa de ser passado brilhando em meio a
fumaça.
Comentários
Postar um comentário