Adultecer


Chegou o tempo de tempestades!
Mudanças em trovoadas
Luminosos raios de alterações
Que clareiam o caminho.
É tempo de respirar os ares de vários lugares,
Ir aos sete mares, sentir todas as marés,
Marcar as areias com os pés
Subir os montes
Rir aos montes
Deixar os ontens
Para amar o que virá
Que chega de trem ou a pé
Ou do jeito que quiser
Mas que vai vir do jeito que vier.

Agora é hora de se enredar nas escolhas
Costurar o bordado da própria história cotidiana
Tecer tramas, tragédias, tranqueiras, comédias.
Viver em todo e cada dia as alegrias do viver.
Entupir-se de vivências por todas as vias
Respiratórias, metabólicas, metropolitanas,
Puritanas, sacras, xucras.

Transformar, crescer, mudar, amadurecer.
Deixar a infância pra trás, mas carregá-la consigo.
Seguir os sonhos lá de trás, do antes para o além
Pra lá longe, próximo, perto, encostado no infinito.
Sonhos construídos em cada passo
Em cadência de compasso
Em cadernos com rabiscos infinitos.
Intermináveis desenhos do que não tem fim
Feitos por peraltice
Registros da meninice
Que quase sumiu-se
Por metamorfosear-se
Por crescer-se
Por adulterar-se
Por adultecer-se

Comentários