Um dia a menos

A cada novo despertar eu me sinto mais vazio.
A visão embaçada, a cabeça confusa, os braços solitários.
Sinto no peito um aperto e nos garganta um grito mudo

Não sei se essa angústia, é das correntes que me prendem
Ou será que é só o coração ficando pequeno?

Ele murcha a cada instante,
Se esvai, diminui, desvanece 
Se deixa ir por sempre deixar ir...

Já não quero muito. Eu quero simples
Olhares. Abraços. Sussurros.
Apenas isso.

E o céu se torna escuro
E a chuva chega e lava o mundo.
A chuva chega e leva o tempo.

Contínua. Constante. Indiferente. 
Insensível ao meu acordar,
Ao peito desocupado
Ao silêncio dos meus lábios
Ao correr das horas
Ao girar do mundo

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