Mil nomes


Te encontrei escondida nas sombras do imaginário
Uma silhueta sem forma certa.
Indecifrável, instigante, tão perto e tão distante
Ah, se... Se teu nome...
Se teu nome eu soubesse, te chamava para o meu lado...
Ainda tímido, arrisco. E mantenho a esperança de ter sobre mim o teu olhar


Te chamo Dulcinéa, intocável dama das causas perdidas
Te chamo Beatriz, luz no caminho do inferno do dia-a-dia
Te chamo Maria, mãe, esposa, filha, uma entre tantas
Te chamo Medéia, feiticeira que ama sem medir consequências
Te chamo Helena, ruína de mil vidas, cidades e reinos
Te chamo Iracema, menina dos lábios de mel
Te chamo Capitu, desejo com olhos de ressaca
Te chamo Julieta, amor infindável, juvenil e inesquecível
Te chamo Teresa, leveza e peso de minha insustentável vida
Te chamo Macabea, sonho e inocência até o derradeiro fim
Te chamo Úrsula, inesgotável força que perdura por mais de cem anos
Te chamo Alice, viajante de todos os loucos e maravilhosos mundos
Te chamo Morgana, bruxa que doma o destino
Te chamo por tantos nomes e por tanto tempo que já não sei dizer...

E mesmo sem saber quando me ouvirás, eu te chamo
Te chamo e clamo e digo todos os teus infindáveis nomes
Pois percebo que de tudo és composta
Em cada nome uma fração de ti é revelada
Te espero, e não canso de lhe chamar,
Tendo em meu peito a certeza de que uma dia você atenderá

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