Um turbilhão me afasta da realidade material e me afunda nas
abstrações da vida. Da minha vida. E como um raio, surgem no ar perguntas e em
meio delas eu me perco...
É que certas
perguntas que eu queria tanto, mas tanto te fazer, eu tenho medo das respostas
e me calo sem ter coragem de mexer nessa colméia, onde está o mais almejado mel cercado
de milhares de ferrões e zangões que ainda nem mostraram sinais de fúria, ódio
ou rancor, mas que parecem dispostos a dar a vida para que o assunto não
apareça em nossas poucas, raras e rasas conversas.
E assim como atravessar uma porta é estar em outro lugar,
assim atravesso outros pensamentos que me transpassam e trazem impressões...
Tenho a impressão de carregar
apenas uma cópia da relação que escrevemos juntos, pois um dos autores decidiu
se afastar, se manter longe, se defender com sorrisos amarelos, fumaças
brancas, conversas cinzas e olhares desbotados.
Por tanto pensar na vida, o corpo reage, sem saber onde ir. Até que
se vê perdido sem saber o que fazer ou o que não fazer...
Quero chorar, mas meus
olhos teimam em escorrer poeira. Quero sorrir mas minha boca virou pedra com o
inverno que me cerca. Quero cantar, mas minha voz se esconde atrás de um pensamento
que não quer sair. Quero abraçar, mas não há forças, não há calor, não a
sangue, mal há vida, só vejo o horizonte ao longe e o céu negro da noite
Espero o tempo passar e a chuva chegar e os
pensamentos serem levados e adentrarem a terra seca...
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