
Mesmo não querendo, você sabe que vai cair, você sabe que
vai continuar a seguir em frente e você sabe que naquele justo momento não há
mais nenhuma alternativa. Não tem como pedir para parar, não tem como pular
fora, não tem como fazer mais nada, só seguir o rumo que aquele maldito trilho
de ferro te conduz.
E vem a primeira queda. Você já esperava, mas mesmo assim é
uma queda e por isso mesmo assusta, apavora, deixa o corpo atento, os olhos
arregalados, a respiração pesada, a boca seca. Naquele infinito tempo que se
passa entre um segundo e outro parece que a queda não vai cessar nunca, mas ela
acaba e vem à turbulência de uma curva, de outra e outra e outros tantos giros
que você não sabe mais para onde está indo.

Antes de você se dar conta, você volta aquele ritmo louco e
sem saber como, pois não vê mais nada, nem ninguém, só há um desabafo, um giro,
uma subida, uma tentativa de controle, uma queda, uma angústia que é revelada e
então tudo fica escuro, cego e imóvel. A viagem acabou e tudo parece voltar ao
normal, mas você sabe que não voltará. Não por um tempo, por que isso deixa
marcas, deixa sensações...
Não gosto de montanhas russas, não gosto de ficar cego e não
gosto de quedas.
Sim, a vida é mesmo uma montanha russa e não há como fugir disso. Mas olha com mais atenção à tua volta.. tenho certeza que tu vai encontrar vários balões coloridos e algodões doces desfilando nesse parque.
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