Palavras de alguém em um tempo-espaço-sonho-realidade

Naquele tempo o tempo era tão distraído que não andava como agora anda. Naquele espaço todo o espaço era distorcido por si mesmo. Naquele sonho os sonhos eram rotas para a felicidade. Naquela realidade todas as realidades convergiam para a vontade das palavras serem reais. Naquela tempo-espaço-sonho-realidade que existe em nós, nós ouvimos uma conversa e mesmo sem saber quem falava, sabemos onde as palavras tocam dentro de nós. A conversa era tão íntima que aqui só resta do que ouvi aquilo que ficou em mim e aqui está para que algo fique em quem a lê:

“Eu entendo o que tu sente ou ao menos tento, ao menos imagino. Mas o que posso eu te falar? Sei tão pouco da vida para poder entendê-la, sei tão pouco do amor para poder entendê-lo, sei tão pouco de tudo para que possa ter certeza do que te responder. O que sei é o que li nos livros e o pouco que vivi e o muito que quero viver contigo. Pois sei que alguém já disse em um livro, que não se deve entregar-se a desejos dos quais não acredita. Ou você abandona estes desejos ou os deseja de verdade e completamente, sem dúvidas do que quer. E quando você desejar completamente tudo fluirá para que aconteça o que deve acontecer, mas parece que tu te limita, teme o que sente e teme o que possa acontecer seja bom ou ruim. E não acredita no sentimento que está em ti e nem no que está em mim... ‘O amor não deve pedir, nem tão pouco exigir. Há de ter força de chegar em si mesmo à certeza...’  já disseram a um jovem em um livro. Talvez essa certeza nunca seja alcançada por nossas almas questionadoras de tudo. Talvez este sentimento que nos cerca não seja amor. Talvez o que eu queira é apenas te abraçar e deixar o mundo girar lá fora... mas eu entendo que o que nos separa são nosso sonhos, são nossas escolhas e sei que mesmo longe não deixo de pensar em ti. Porém mais longe que distância do mundo é a distância imposta por nós mesmo. Apenas quero me entregar ao que sinto e viver o que tiver que viver contigo. Que quero te ver sorrir, que quero te fazer bem, que quer te ter por perto porque isso me faz bem, me faz sorrir, me faz te querer, me faz acreditar no que sinto, no que eu quero sentir contigo, no que eu quero descobrir contigo... Mas não quero impedir que viva a tua vida, não quero te tirar a liberdade de viver, não quero te impor limites... Só quero desvendar contigo o que sinto e viver isso, mesmo que não seja aquilo que eu espero, mesmo que depois descobrirmos que isso não é aquilo que queremos, mesmo que o futuro seja um pergunta sem resposta, eu quero te abraçar e quero dormir nos teus braços. Quero te ouvir e sussurrar nos teus ouvidos. Quero te beijar e viver nos teus lábios. Pois acredito nas palavras do poeta: ‘Que não seja imortal, posto que é chama; Mas que seja infinito enquanto dure.’ Eu acredito no que sinto e no que tu sentes, só espero que tu acredites também...”

Muito já foi falado e muito já foi ouvido neste instável tempo-espaço-sonho-realidade que todos fazemos parte. Esta é uma pequena parte do que retirei para mim. Jamais encontrei a face daquela pessoa que disse essas palavras, jamais encontrei para quem elas foram destinadas, e sinceramente não importa, porque o significado delas é único em mim e dentro de mim tomará a forma de minha vontade. Que tuas conclusões seja só tuas, mas que as tenha e que delas sejam feitas as melhores escolhas.