Sexta Parábola - O acontecido e o perdão


Algum dia no passado, o menino ganhou do velho e sábio Tempo, um papel onde o importante da vida se mostrava em gravuras lindas. Maravilhado com tamanho presente, o menino o mantinha guardado aos pés de uma árvore, em que os galhos se perdiam na história, o tronco firmava a terra e as raízes escorregavam até um lago que havia por ali. Sempre que queria voltava para aquele mesmo papel e lá se perdida de tudo e se deixava levar ao amigo Tempo e por lá observava mil coisas, nem tudo ele entendia, nem tudo ele conseguia ver.

De tanto não entender, o menino falava com um texugo, e de tanto falar o menino desperta algo naquele que ouvia. Não se sabe o motivo certo, mas algumas especulações foram feitas sobre o que aconteceu. Nem as especulações, nem o que aconteceu importa para está pequena parábola, o que importa é que o texugo já não era mais o mesmo. Se comportava diferente e o menino havia percebido essa mudança. Em um canto da floresta eles conversaram. Em um canto da floresta o menino soube do acontecido. Em um canto da floresta o texugo derramou lágrimas. 

Em meio a palavras o texugo se contorceu em remorso, o menino atento ouvia. Aquilo que foi feito não deveria ter sido feito, mas foi. E texugo abalado não entendia que o menino,não o condenava. Apesar de não concordar, o menino não o condenava, pois o que acontece não pode ser mudado. E o que eles sentem também não. 

Não se pode esquecer que mesmo a mais doce criatura pode cometer o ato mais amargo, e que só o coração pode perdoar no Tempo que ele precisar para isso. Ao conhecermos os que nos cercam e aceitarmos eles como são, a ligação entre os seres se torna a mais sublime. Se há amor, o perdão é algo natural. Se há perdão é porque o amor é real.

Comentários

  1. "Se há amor, o perdão é algo natural. Se há perdão é porque o amor é real"

    Sem palavras.
    Não poderia ser melhor escrito.

    Saudade Geison...
    ;*

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