Pedaços


Não sei por que insisto em voltar a tua casa
E fazer o mesmo ritual de sempre.
Atravessar o teu jardim,
Ir à janela do teu quarto,
Olhar para dentro de tua vida como um estranho,
Sem deixar que me percebas.
Me escondendo atrás de um galho qualquer.
Uma fagulha de angústia surge no peito
Ao ver o teu pequeno canto arrumado.
Saber que nada temos,
Que já tivemos,
E que dificilmente voltaremos a ter...
Me soa estranho.
Me parece um sonho despedaçado
Que tento colar os pedaços
E que tento ainda sonhar.
Mas nada muda a realidade.
Ele ainda está despedaçado.
E sozinho não posso reconstruí-lo.
Falta um par de tuas mãos...
Volto para a rua, a chuva começa.
Continuo caminhando.
Olho para trás.
Te vejo entrando em casa.
Sorrindo, vivendo, continuando.
Tento me enganar
Vendo você e te ignorando,
Como se nada fosse para mim
Mas ainda quero aquelas mãos.
Ainda quero aquele sonho.
Ainda quero o que se foi...

Comentários

  1. Me identifiquei muito com o texto, amor
    e tu sabe em relação a que/quem.

    Tenho coisas pra te contar.
    =*

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  2. Ainda quero aquele sonho.
    Ainda quero o que se foi...

    faço das tuas as minhas palavras :)

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