Sentimentos Afogados

Na noite, meu coração clama por ti
No dia, meu coração clama pela noite,
Para poder clamar por ti novamente.
Contigo, meu coração grita, uiva, enlouquece.
Grita juras de amor,
Uiva para o céu dos teus olhos,
Enlouquece o pulsar junto ao resto do corpo.
Pés, mãos, boca...
Ah, essa maldita boca!
Que ao invés de falar o que explode no peito,
Emudece e dá vez aos olhos.
Que te querem
Que te desejam
Que te olham sem precisar de mais nada,
Apenas tua presença.
Essa presença que cala as vozes da razão.
Que silencia os eternos ecos do mundo.
Que deixa muda as verdades da existência.
Que faz ocultar os sentimentos que tanto querem se expor...
Essa presença que me enobrece o coração
E me nubla o futuro, que deixa incerto os passos do destino.
Que me faz sentir tantas coisas que já não ouso pensar no que sinto.
Deixo apenas meus sentidos serem arrebatados
Para dentro da correnteza tumultuada da vida,
Até se afogarem num mar de amor.