Segunda Parábola Pt2: Caminhada ao passado e um sono tranquilo


O menino pensou e pensou e tentou entender o porque não entendia o jovem gato. Eles pareciam se parecer tanto e ao mesmo tempo tão diferentes. Aos poucos o menino começou a andar. Andou para tempos antigos. Andou até uma situação que nada tinha a ver com essa situação. Andou até uma voz conhecida, até uma conversa. Andou para a Coruja falando "Conheci um antigo índio que dizia que o caminho continha algumas barreiras. Que a cada barreira superada, a próxima era mais difícil de superar. A primeira é o medo. O medo de conhecer, de enfrentar, de superar, de seguir adiante. Passado essa barreira vinha a segunda. Superando o medo se adquiri a clareza de certos assuntos. E é essa a segunda barreira. A clareza..." parou de andar nesse ponto e sentou em uma pedra e ali pensou em tudo o que acontecia. Percebeu que essas barreiras só podem ser atracessadas no seu devido tempo e que esse tempo é diferente ára cada um. Precisava encontrar o gato.

Correu por várias trilhas, sempre procurando. Procurava não só o gato, mas também palavras para dizer a ele. Achou o gato antes das palavras, por fim ficou apenas olhando aqueles tristes olhos. Sem trocar nenhuma palavra começaram a andar. Entendendo que não conseguiria encontrar palavras melhores o menino disse apenas "Desculpe." Silêncio. Ambos pararam. O menino sentou no chão, esperando alguma reação do gato. Este então pulou no colo do menino e ali permaneceu em silêncio. "Me precipitei e não quero cometer esse erro novamente. Quero te conhecer e se possível ser teu conforto em dias tristes e solitários" diz o menino. O silêncio se prolongou por mais algum tempo. Então o menino ouve um pequeno ronronar do gato. Ele dormia sorrindo, tendo um pequeno momento de paz e um colo seguro para descansar.

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