Historinha boba


Naquela tarde sem data certa
O verão se tornou mais quente
E no peito daquele que se torna mais velho
Surge um doce aroma do passado.
Por mais longe que os dois se encontrem
Suas vozes sempre trazem as lembranças do que não foi
Do que o medo e a juventude não permitirão aflorar.
E aqueles simples minutos trocando palavras gentis
E amáveis e que nada tinham de especial,
Escondiam no íntimo dos dois o pulsar do que ainda não se extinguiu por completo
Do que um dia fora belo por ser infantil
Do que a cabeça de ambos criou, e o medo e a espera destruiu.
Naquele tempo, ela olhava da janela e a cada vulto que aparecia na estrada ao longe
Seu coração perdia o ritmo pensando ser ele, mas nunca foi ele.
Naquele tempo, ele sentia que deveria tomá-la para si, que deveria correr e dizer
Tudo o que sempre quis e o que nunca esperou dizer, mas nunca chegou até ela.
Esse tempo passou...
Ele já não pensa tanto nela, nem ela pensa tanto nele,
Mas quando se lembram daquele tempo,
Ou se cruzam na rua, ou se falam, ou apenas se olham
Um sorriso bobo se faz em seus rostos,
E o coração volta a perder o ritmo.


Um amor de verdade nunca se extingue...

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