Infância


Bem perto da esquina de minha rua,
Tem uma casinha abandonada.
Ela é pequena e meio desajeitada
Mas é um lugar de infinita imaginação.
Abandonada, ela só tem o nome,
Pois por ela passam muitas vidas.
De existências incompreendidas
Até fantasias com uma vida de dragão!

É feita de madeira boa e resistente,
Mas que o tempo sem dó, castigou
E a parede que era forte, fraca ficou
Ela continuará de pé, disso tenho certeza
Por mais que injurias a ataquem
Não há tempestade que a faça cair
Nem desgraças que a façam ruir.
Desgastam, mas não desfazem sua beleza

A casinha não é sustentada
Pela madeira da parede
Nem do concreto de sua sede
Mantêm-se com todos os sonhos
Dos que abaixo do seu teto antigo,
Correm e brincam sem medo,
Fazendo da casinha seu brinquedo,
Por infindáveis dias risonhos

Na casinha, inesquecíveis dias passei.
Ao lado de grandes companheiros leais
Enfrentando inúmeros perigos mortais
Na sala sem móveis do imóvel ancestral.
Também descobrimos milhares de mundos,
Alguns reais e muitos imaginários.
Em terra firme ou mares bravios
Lutamos inocentes contra o terrível mal.

O mal de crescer e não viver mais como inocente
De fazer da pureza uma distante lembrança
De um mundo onde a magia é dança
Que está em cada criança pequenininha.
Desde que notei isso, procuro não esquecer
De tudo que vivi quando era guri
Quando a magia estava toda ali,
Naquela simples, velha e memorável casinha.

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