Fardo


Meu esforço inútil em busca do caminho certo
Só machuca minha alma atormentada.
Por mais que ande, por mais que corra,
Tudo o que faço nessa longa jornada
Acaba do mesmo jeito tosco.
Parece não adiantar em nada.
Nesse torto caminho que é trilhado
Chego sempre na mesma encruzilhada.
Cheio de perguntas, cheio de duvidas
Cheio de uma indecisão desgraçada.
Com espantosa lucidez, pego todas as
Dúvidas que são por mim carregadas
E as deixo no chão. Deixo ao relento
Aquela incerteza enfadonha e pesada.
Chega de trilhas, chega de caminhos
Já não quero mais estrada!
Quero um campo verde, de onde
Sentado na relva, possa ver a alvorada
E depois achar o refúgio na sombra
De uma árvore velha e cansada,
Para dormir o sono dos perdidos
E deixar minha alma aliviada.

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