Parábola: Texugo


O menino subia e isso era fato. Mas antes de tomar esse rumo, antes de decidir subir a montanha, o menino havia procurado conhecer um pouco do caminho que queria percorrer. Ele então ouviu pessoas, leu escritos e pensou e pensou e chegou a uma decisão. Decidiu subir por achar que estava preparado, por achar que aquele era o melhor caminho para ele, por achar que já conhecia tudo sobre o rumo que iria tomar.
Triste engano. Conforme o menino seguia na trilha, mais diferente ela ficava. O que alguns usavam de referências não aparecia ou tinha que ser muito bem procurada para se achar, tudo parecia estranhamente errado e confuso. O que ele havia lido não combinavam com o que via. O menino, por pura teimosia, não se deixou abater. O desejo que ardia dentro dele, o desejo de respostas, era maior que as complicações da subida. Portanto seguiu.
No caminho, um Texugo começou a correr ao seu lado e disse:
- Vem. Vamos brincar!
- Não posso tenho que subir a montanha, o velho sábio me espera. Ele não sabe ainda, mas eu vou encontrá-lo
- Tá certo, tá certo. Mas então vem por aqui, é divertido e também leva ao topo. E como a coruja diz: Todos os caminhos levam ao mesmo lugar.
O menino pensou um pouco, mas por fim...
- Certo. Eu vou.
O menino seguiu o texugo, e ao lado do novo amigo viu maravilhas e descobriu muita beleza, isso o encantou. E o jovem que sempre andara em um único caminho, agora descobria outros tantos rumos e percebeu que existem trilhas em todo lugar. Se não existe, basta criá-la. O Texugo lhe ensinou isso. Agora os seguiam.
O texugo andava na frente, sorria. O menino acompanhava os passos do novo amigo e também sorria.

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