Parábola: O esquilo e o que foi esquecido


No caminho escuro, os olhos do texugo observavam o caminho e descobriam maneiras de atravessar o que parecia intransponível para o menino. Por isso os dois seguiam.
O menino a cada encontro com seus amigos de longa data ficava um pouco mais quieto, um pouco mais distante. A cada troca de palavras pensava no topo, no velho, no seu caminho...
Agora o texugo andava rapidamente, o menino vagarosamente. Em sua cabeça, medo, questionamento, tristeza, alegria, esperança, amizade, confusão...
- Menino, estas com fome? - pergunta o Texugo querendo ajudar de alguma maneira o amigo triste.
- Sim, tenho fome, mas não quero comer.
- Buscarei algo para ti, se ainda assim não quiser, guardamos para mais tarde.
O Texugo se vai. Com dúvidas o menino saiu a caminhar e procurou um lugar para ver a lua que se escondia entre as árvores. Em uma árvore, surgiu um esquilo.
- Menino, te segui um longo tempo para poder conversar um pouco. Você me pareceu estranho.
- Sim, estou confuso.
- Só quero te dizer isso: Os problemas são prismas, sempre tem vários lados.
O menino pensou e respondeu.
- Você esta certo.
- Sim, estou. O engraçado é que foi você que me ensinou isso. Parece ter esquecido o que sabes.
- Acho que esqueci mesmo. Pareço não ter certeza de nada.
- Então, eu peço que se lembre.
- Obrigado. Poderia me deixar sozinho um pouco.
- Sim. Sempre que precisar estarei por perto. Até mais.
- Obrigado. Tentarei me lembrar.
O menino observa o céu. Pensando, lembrando. 

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