Um dia qualquer


Os ponteiros reunidos no seis e o dia começa.
Um azul intenso e frio cobre a cidade.
Os velhos já estão acordados esquentando o chimarrão amargo, quente e costumeiro. A calmaria é palpável. O silêncio começa e se despedir. O céu límpido e com poucas nuvens, vai mansamente se modificando. O azul quase negro caminha em direção a claridade. As nuvens se desfazem e refazem, em um balé lindo e lento. A cada novo movimento, uma nova cor. Ora rosa, ora vermelho, ora laranja, ora amarelo. É tamanha a beleza, que a lua tarda a deitar. Vai se deixando ficar olhando o seu antagonista e o inicio do daquilo que os mortais chamam de dia. Ela veste um manto prateado que a faz parecer um sonho. Sob tamanho espetáculo, a água já não está tão quente, o chimarrão já não esta tão amargo, os novos já não estão dormindo. A Lua então vai descançar e deixa o Sol cumprir seu papel de soberano dos céus.

Os ponteiros dançam parados. As nuvens dançam em movimento. O sol brilha e dança. O dia segue dançando.

O manto negro vai tomando conta dos céus. A dama da noite aparece novamente com seu vestido prateado. Ela pinta o céu por algum tempo. Os velhos já estão escondidos nas casas. Os jovens ainda correm. Eles ignoram a bela dama que os mira de longe. Ela que encanta os apaixonados. Ela que clareia a as trevas. Ela que não suporta tanto desprezo. Por vergonha e tristeza se esconde atrás de um denso manto de nuvens. Sozinha, chora. A água lava os campos e todos os que correm. Os velhos sonham e os novos vão dormir.

Os ponteiros se juntam no numero doze. Um breve instante e o dia acaba.

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