Erros e culpados

Erros são sempre complicados. Errar logo implica em culpa. A culpa pertence a alguém. O erro sempre é gerado por um culpado. Jogar a culpa nos outros é muito fácil, arranjar desculpas para desviar o sentido do fato é um dos atos mais humanos possíveis. Não é certo, mas é de nossa natureza mesquinha e sórdida. Com o nosso raciocínio, conseguimos olhar os fatos de um ângulo em que eles não nos prejudicam, e vemos apenas o que nos interessa. Saber olhar de todos os lados possíveis e ponderar no que podia ser feito é algo que poucos fazem. Até o mais sábio e experiente é pego de surpresa pelo novo. Por uma opção que ele não via.
Julgar é fácil, culpar mais ainda, admitir o erro é uma opção fora de cogitação. Saber que se errou e não admitir o erro para si é um ato idiota, porém humano. Muito humano. Existe aqueles que carregam erros, tanto os seus como os dos outros. Existe aquele que ao menor sinal de problema, já tem o culpado em mente. Um desculpa, um “motivo” para o erro.
Por que é tão difícil admitir erros? Por que temos a impressão de que somos fracos. E não nos é permitido ser fracos. É necessário se mostrar forte, nem que para isso devemos jogar toda a culpa para cima de alguém que pode até estar envolvido no erro, mas que não deve carregar toda a culpa sozinho.
Mas o que mais me indigna é aquela pessoa que diz: Admitindo erros nos tornamos mais fortes. Sendo que ela só admite os seus quando não há mais escapatória. É aquela pessoa fraca e covarde que não consegue encarar a vida como ela realmente é. Que procura uma ilusão barata para esconder seus vícios, seus erros, seus defeitos. Que procura alguém para carregar seus defeitos. Que não sabe ou não admite que o culpado está no reflexo do espelho.