
O velho sentando em sua cadeira fuma tranquilamente. Queima
o fumo num cachimbo que o acompanha a tantos anos quanto é possível contar nas
mãos.
Pernas cruzadas, cachimbo nas mão, olhar perdido.
Seu pé balança levemente e o chinelo que nele há, segue o movimento
suave. Apesar do corpo cansado de tantos anos de trabalho a mente não descansa.
Ela nunca para. Se depender da vontade dele, nunca parará.
Observando o movimento, analisando calmamente, fumando
tranqüilo.
A fumaça dança ao seu redor. Acostumado com a presença
daquela amiga de tantos anos, ele deixa a memória se perder naquela dança
envolvente e encantadora.
Memórias brotam, sentimentos esquecidos florescem, o olhar
volta no tempo.
O passado se faz presente e as lembranças vertem concretas
em sua frente. Mesmo sentado ele percorre os caminhos já trilhados. A saudade
faz o peito doer. A mão trêmula larga o cachimbo e vai descansar em sua perna.
Um barulho, um desvio de olhar, um retorno ao agora.
Vê os jovens completamente alucinados, que correm de um lado
para outro sem saber onde ir. Um sorriso suave e experiente surge no rosto
castigado pelo tempo.
“Eles um dia aprenderão... ”
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