Vida registrada


São lembranças espalhadas por toda parte
Não consigo me achar no meio de tanta confusão
Vejo velhos amigos parados na estante, pegando poeira
“Como podemos ser tão diferentes?”
Vejo novos conhecidos se tornando velhos amigos
“Como podemos não nos conhecer antes?”
No meio de tudo isso, observo aquilo que se repete
O que já aconteceu antes, mas neguei por covardia
O que já deveria ter acontecido, mas está escondido por sorrisos simpáticos
O que passou; o que ficou; o que se foi
O que é; o que será; o que virá?
Lá parado no esquecimento, uma lembrança cicatriza
A marca feita a fogo já não é tão visível assim,
Muito menos o opaco brilho da tristeza daquele momento
O que se encontra ali, é um fulgor intenso e magnífico
As estradas nos distanciaram, a todos, mas não nos perdemos
Seguimos sempre em frente, cada um a seu modo
No final só o que restará serão lembranças, marcas, brilhos
Do caminho que trilhamos sozinhos, porém juntos

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